Coisas boas de se ouvir.
Quando o meu tutor diz-me "Não tens nada que te preocupar, és empenhada, inteligente e muito humilde, tu vais longe". Se derreti? Derreti. Se chorei? Não, mas vontade não faltou.
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Quando o meu tutor diz-me "Não tens nada que te preocupar, és empenhada, inteligente e muito humilde, tu vais longe". Se derreti? Derreti. Se chorei? Não, mas vontade não faltou.
Estava eu, na minha paz de espírito, a avaliar a tensão a um senhor, que estava incrivelmente alta, e entre o momento que estava a pensar que aquela tensão estava o horror e decidir avaliar outra vez só para ter a certeza, olho para o doente, e ele revira os olhos, as mãos formam-se num punho e viram-se para fora, o corpo fica tão rígido que mais parecia pedra e começa a abanar imenso.
Eu só digo ''f%#&-se ele... ele está a convulsionar?!'', e não sei como, porque o senhor é forte e a minha força muscular deixa muito a desejar, agarro-o o viro-o para o lado e ao mesmo tempo vejo-o a espumar, e grito por ajuda.
Fiquei tão assustada e com tanta pena do doente, nunca tinha visto uma convulsão, é algo mesmo violento de se ver. No entanto, foi um assustada bom, porque não me paralisou e não me impediu de reagir perante a situação que estava à minha frente.
Esta situação fez-me ter um pouco mais de certeza que eu fui feita para a adrenalina e que talvez o meu lugar será no serviço de urgência.
Fiquei orgulhosa de mim mesma.
Eu não consigo, nem vou mudar o mundo, mas todos os dias mudo o mundo das pessoas de quem toco, nas mais diversas formas. Nunca é um privilégio para o doente ser cuidado por nós enfermeiros, é sempre um privilégio nosso poder cuidar e deixarem-nos cuidar de pessoas tão fragilizadas física e psicologicamente.
Todos os dias apaixono-me mais um bocadinho pela minha profissão.