O balanço final.
Há muito que por cá não ponho os pés, o meu 3º ano de universidade não foi propriamente fácil.
Os estágios em si, não foram difíceis a nível de conteúdo, mas foram sim díficeis para mim que não gostei de nenhum.
Comecemos por Obstetrícia. É tudo muito querido, lindo e limpinho. Quem é que não gosta de bebés e gosta de os pegar ao colo e dar-lhes o seu primeiro banho? Eu gostei, mas não me senti realizada de forma alguma, não senti que estava a aplicar conhecimentos realmente importantes, apesar de que a dita importância é algo muito relativo. Gostei de assistir a um parto natural, gostei ainda mais de assistir a uma cesariana de emergência. Mas ficamos por aqui, um sitio a não voltar, espero eu.
Pediatria, o meu pesadelo em serviço. A nível de técnicas é engraçado, faz-se um pouco de tudo, como se fosse umas medicinas em ponto pequeno, mas não gosto que os meus doentes sejam crianças, não tenho jeito, não tenho paciência e acho um tédio total. Acredito que quem adora crianças seja um serviço maravilhoso, mas não para mim. Principalmente quando vi uma criança numa paragem cardio-respiratória, é contra-natura, não consigo observar tal coisa. Mais uma vez, um serviço onde espero não voltar.
Passei um dia na UCINP, que são a unidade de cuidados intensivos neo-natais, é um bocado impressionante ver prematuros que cabem na palma da minha mão a lutar pela vida, mini-pessoas com 450gr., adorava saber o que é feito desses bebés, foi um lugar bom para passar um dia e perceber como funciona, mas onde não iria querer trabalhar.
O Centro de saúde direcionado para a saúde infantil. O medo, o terror, todos os dias queria fugir a sete pés. A enfermeira que estava responsável por mim não me deixava fazer absolutamente n-a-d-a, nunca me senti tão inútil, triste e com vontade de sair de lá. Nem gosto muito de falar sobre este estágio, foi a maior injustiça de sempre e a minha nota prefiro nem lembrar.
Posteriormente, o Centro de Saúde mais direcionado para a Saúde Mental, de que saúde mental nao tinha nada, mas incrivelmente gostei, tive a sorte de ficar num centro de saúde localizado no campo e tive a oportunidade de fazer um pouco de tudo, desde realizar consultas até a parte mais prática de colheita de sangue. Acaba por ser sempre vira o disco e toca o mesmo, mas foi um estágio relativamente bom.
Por fim, o último estágio numa Casa de Saúde, estava à espera do pior e foi o que correu melhor. Saúde Mental não é, definitivamente, a área que me identifique mais enquanto enfermeira, mas gostei muito da experiência, foi incrível perceber que sem saúde mental não há saúde física.
Apesar de ter sido um ano conturbado, foi mais um ano de universidade feito. Rumo ao 4º e último ano.